quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Há poucas coisas que aproximam dois adversários; a lesão grave de outro atleta é uma delas

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Nos momentos finais do jogo entre os Grundy Center Spartans e Wapsie Valley Warriors, para liga de high-school de futebol americano, o quarterback dos Warriors, Andrew, marcou o touchdown que daria a vitória à sua equipa. Minutos depois perdeu os sentidos em campo e foi levado para o hospital com uma lesão na cabeça.
 
Assim que o árbitro apitou para o final do jogo, o center da equipa derrotada abraçou o seu antagonista (no futebol americano, os centers jogam frente a frente o tempo todo).
 
“For a while we just sat there and embraced. After a while I just let him know that us as the Spartans would be pulling for their community and praying for Andrew.”
 
Eu pratiquei desporto competitivo a minha vida toda, e sei que as rivalidades - por vezes não basta vencer o adversário no resultado, é preciso quebrar-lhe o espírito - são fomentadas desde muito cedo. "Os cortes é para serem feitos meio na bola, meio na canela", diziam os meus treinadores no futebol. Nos EUA é pior, porque o college é quase profissional (conseguir uma bolsa pode fazer toda a diferença na vida de um atleta, mesmo que depois não siga essa carreira) e a competição por um lugar numa das melhores universidades começa no liceu. Cria-se mentalidade de odiar o adversário porque só quem odeia mais pode sair vencedor. As coisas são mais sérias mais cedo.
 
Talvez precisamente por isso uma lesão grave, num desporto em que as lesões podem acontecer a qualquer momento (mesmo que não sejam tão comuns como poderíamos achar à primeira vista), possa aproximar dois adversários, ou duas comunidades desportivas inteiras.

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