sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Nos Jogos Olímpicos, aproximam-se os tempos de transmissão de desportos masculinos e femininos
Saiu no Columbia Journalism Review este artigo sobre a aproximação gradual entre o tempo de transmissão de desportos masculinos e femininos. Normalmente, o desporto feminimo tem menos de 5% do tempo que é dado ao desporto masculino, mas essa percentagem aproximou-se nos Jogos Olímpicos de Inverno de Soichi: 45,4% para homens e 41,4% para mulhers (com o resto a ser para desportos mistos) - valores da NBC. Nos Jogos Olímpicos de 2012, a NBC passou mais tempo a cobrir o desporto feminino (55%) que o masculino.
É certo que os Jogos Olímpicos não são exemplo, em país nenhum, do que se passa no resto do tempo. Parte desta aproximação deve-se ao facto de, quando vemos os Olímpicos, muitas vezes não estamos a ver homens ou mulheres, mas sim Americanos, Portugueses, Jamaicanos, Coreanos. Eu gosto dessa abolição, ainda que psicológica, do género e haver essa aproximação no tempo de antena é sempre positivo.
O artigo menciona ainda alguns problemas. Não basta que ambos os géneros tenham a mesma exposição, importa também o que é dito durante a transmissão.
Angelini noticed, for instance, that during the women’s snowboarding competitions this year, the commentators would talk about the strength of an athlete’s performance and then note that, even so, the women’s version of snowboarding was about five years behind the men’s competition in what athletes are able to accomplish. Commentators will often create narratives that cast female athletes as “queens” needing to be deposed. Or, worse, one (female) commentator referred to the US women’s hockey team as “chicks with sticks.” “When a woman succeeds in competing, you hear them talk about how she was lucky. With men, it’s all about their ability and their commitment,” says Angelini. “If she falls or misses a shot, that’s when her athletic ability comes into question.”
É também mencionado o facto de no volleyball (tanto de praia como indoor) mostrarem mais as equipas femininas do que masculinas, independentemente do quão favoritas essas equipas são a ganharem medalhas, algo que estará obviamente relacionado com a sexualização das mulheres no desporto. Também será pela mesma razão que as televeisões norte-americanas transmitirem tanto Mergulho, apesar de nos EUA não haver grande interesse nem resultados nessa competição.
Como escrevi noutro artigo, a minha opinião é que aquilo a que devemos aspirar no desporto é a eliminação da segregação total de géneros. Mas a igualdade no tempo de transmissão e sobretudo neste caso com a transfiguração de homens e mulheres em atletas de um país é uma boa notícia.
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