Contras:
Esta etapa foi uma carnificina. Já se sabia que ia ser dura ainda antes de se saber que ia chover. A potes. Na manhã de quarta-feira a organização anunciou a retirada de dois dos 9 troços de paralelos, que estavam completamente impossíveis de transpor. A estrada molhada e as condições dos troços de paralelos - um inferno para bicicletas - provocaram dezenas de quedas (24 ainda antes de chegarem aos paralelos). Apenas a ideia de correr nesta etapa deixou todo o pelotão apreensivo, nervoso, ainda antes de se fazerem à estrada. A pressão no Tour de France já é suficiente e acrescentar a isso os problemas dos paralelos pode ser demasiado para a saúde da corrida.Já antes de começar o Tour se falou, mais uma vez, sobre se os paralelos pertencem ou não a provas de três semanas (por oposição às clássicas de um dia, como o Paris-Roubaix). Muitos ciclistas apostam a época inteira no Tour de France e ficar de fora por causa de uma etapa é quase cruel. No pelotão, as opiniões dividem-se: àqueles a quem a prova correu bem sentem-se entusiasmados com o feito quase heróico de "lutar contra os elementos"; a maioria resigna-se e diz que o Tour começa verdadeiramente depois desta etapa; muitos defendem que os paralelos não pertencem à Volta à França e que servem apenas para dar espectáculo aos adeptos e que acrescentar esta etapa à competição é quase deixar à sorte o resultado final.
Prós:
Primeiro, é necessário frisar que o Froome abandonou ainda antes de se entrar nos paralelos, fruto de duas quedas nesse dia e de uma no dia anterior (essa que lhe deu muitas dores num pulso e pode ter mesmo sido essa a razão principal para ter abandonado, adivinhando o calvário de passar os paralelos com um pulso em mau estado). A chuva terá sido, portanto, a razão pela maioria das quedas do dia e não os paralelos.Segundo, a etapa foi verdadeiramente um espectáculo. Para um adepto a única coisa que retira o gozo de um dia na destes é se for forçado a abandonar um dos principais ciclistas. E a felicidade, o sentimento de dever cumprido - e bem cumprido - dos ciclistas a quem a etapa correu bem é mais marcante nestes dias. Os paralelos são apenas mais um tipo de etapa (juntando-se às divisões existentes entre montanha, colinas, plano e contra-relógios) e numa prova de três semanas como o Tour podemos dizer que o verdadeiro campeão terá de cruzar todos os tipos e sair vencedor no final. Caso contrário seria defensável retirar também os contra-relógios que "eliminaram" muitas vezes ciclistas como o Andy Schleck.
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